O governo federal lançou nesta
terça-feira (29), em Brasília (DF), o Plano de Desenvolvimento
Sustentável para Comunidades de Matriz Africana. O documento, coordenado
pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
Presidência da República (Seppir), reúne políticas voltadas para a
garantia de direitos, proteção do patrimônio cultural e da tradição
africana no Brasil e o enfrentamento à extrema pobreza com ações
emergenciais e de fomento à inclusão produtiva.
Participaram da solenidade as ministras
Maria do Rosário (Direitos Humanos), Luiza Bairros (Igualdade Racial) e
Eleonora Menicucci (Mulheres), além de parlamentares e representantes da
sociedade civil organizada.
“Nós somos constituídos por todos
aqueles que lutaram para chegarmos até aqui”, afirmou a ministra Maria
do Rosário em referência aos povos ancestrais. “Temos que produzir uma
cultura que respeite a liberdade religiosa; isto deve ser um patrimônio
do Brasil”, afirmou, ao ressaltar que a Secretaria de Direitos Humanos
criou, recentemente, o Comitê Nacional de Diálogo da Diversidade
Religiosa.
Para a ministra Luiza Bairros, o plano
tem como objetivo fazer frente aos ataques sofridos pelas comunidades de
matriz africana. “Esse plano é uma conquista e vai abrir novos
desafios. Mas não vamos imaginar que os ataques serão reduzidos, pois
eles crescem na medida em que cresce nossa força”, disse.
De acordo com a ministra da Seppir,
Luiza Bairros, o plano resulta do reconhecimento por parte do governo
federal, da necessidade de articular as iniciativas e os esforços dos
diversos ministérios e órgãos para garantir direitos, efetivar a
cidadania e combater o racismo e a discriminação que incidem sobre os
povos e comunidades tradicionais de matriz africana no Brasil.
Povos e comunidades tradicionais de
matriz africana são grupos populacionais que se organizam a partir dos
valores civilizatórios e da cosmovisão trazidas para o país no contexto
do sistema escravista, e que possibilita um contínuo civilizatório
africano no Brasil, constituindo territórios próprios caracterizados
pela vivência comunitária, pelo acolhimento e prestação de serviços à
comunidade.
Ações prioritárias - “O
plano é um instrumento de planejamento e implementação das ações
prioritárias para esse segmento populacional, construído com base no
Plano Plurianual, PPA 2012-2015”, explica a secretária de Políticas para
Comunidades Tradicionais da SEPPIR, Silvany Euclênio. O documento está
estruturado nos eixos “Garantia de Direitos”, “Territorialidade e
Cultura” e “Inclusão Social e Desenvolvimento Sustentável”.
A Seppir coordena o grupo de trabalho
que envolve mais 10 instituições federais responsáveis pela execução,
monitoramento e revisão do plano. Além da Seppir, respondem pelo plano
os Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Meio
Ambiente, Saúde, Educação, Cultura, Planejamento, Orçamento e Gestão,
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Fundação
Cultural Palmares, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa).
Blog: Combate ao Racismo Ambiental
Fotos: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
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